O equilíbrio pendente de um olhar
Fixado em um par de lentes causa delírios
Aborrecido com a tortura grita.
Mas, é um grito calado que não se ouviu
Pois o teor de uma pungente história sumiu
Tem-se perdido em meio a farsa
Agora do rosto a graça, Só resta um franzido,
Marcado por decepções, por seu grito não ser ouvido
De que adianta ser democrático?
Se na verdade tu és escravo de um sistema corrompido?
Deixa-me delirar com o vinho, Pois alegra o coração aflito
Mesmo que não se ouça o grito, alegra a alma e faz sonhar
Ébrio já não te importa mais, com a alma quase morta
Ingere seco e se inebria
Agora calado como antes adormece
Estático, redundante, releva
Por mais que queira despreza, pra não viver outro dia.