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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

COMO EM UM ESQUEMA


Queria está presente quando me afugento.
Queria falar quando me calo.
Queria fugir de tudo, mesmo estando presente. 
Queria resolver este assunto.
Se fugir ou me apresentar como inocente ou culpado.
E, por fim ser julgado, ser liberto, ou cativo levado.
Como escravo cumprir a sentença marcada.
Sem liberdade ou favor.
Sendo este pecador que pra viver não teve lado.
Escolheu seu próprio caminho,
Sabendo que estaria sozinho ou mal acompanhado.
Mesmo sem ninguém por perto, vivendo neste deserto.
Como alguém predestinado.
Enfim, cheio de culpas, duvidas, incertezas, medo, tristeza.
Às vezes com uma alegria passageira.
Uma saudade traiçoeira,
Como alguém fugitivo, sendo livre como estrangeiro.
Vivendo neste ecúmeno, sendo cativo de um sistema.
Como em um pesadelo, mesmo estando acordado.
Vivendo e sendo obrigado a com tudo concordar,
Sem poder se libertar deste esquema marcado.

sábado, 1 de novembro de 2014

QUEM DERA EU?



Quem dera fosse uma máquina?
Quem dera fosse uma lâmpada?
Quem dera fosse a água?

Sendo uma máquina desligaria,
Sendo uma lâmpada apagava,
Sendo a água, seria uma lagrima,
Dos olhos enfim rolava,

Quem dera fosse o vento?
Quem dera o fogo?
Quem dera o tempo?

Sendo o vento me aquietava,
O fogo se apagava,
O tempo enfim parava,
Nada sou eu sei,
Tenho um pouco de tudo,
Um jeito de máquina,
Uma lâmpada apagada,
Em mim tenho água,
Tenho o vento que me seca,
Tenho o tempo que passa,
O fogo que queima a alma,
Enquanto definho sem pressa,

Da vida nada me resta,
A não ser uma longa espera,
E neste viver inserto,
Vivo inquieto, Espero
Lamento, choro,
Me arrependo e canto,
Um canto triste,
De um vazio que existe,
De um Homem rude, arredio,
Que se cala,

Quem dera eu fosse a fala,
Nada me calaria,
Muito sei que diria e calaria,
Para morrer em paz.